terça-feira, 20 de outubro de 2015

Morte

Morte!
quem dera tivesse sorte...
e é deveras bela a vida
(é o que dizem)
mas também é sozinha
soturna, sofrida
(pelo menos a minha)

Detesto o ciclo da dor
que passa e volta mais forte
com gosto de morte
fortalece mas dói
fortalece e dói
fortalece, dói

Volta a dor, não volta o amor

E essa dor que não me solta
em cada momento que passo
perdido, ardendo em revolta
feneço em meu leito meu corpo lasso


quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Copo d'água

Eu, sedento e só
perdido em sofrimento
com a garganta seca,
me afogo no teu copo cheio
perco o ar e o chão
engasgo com teu rancor
e a que água corrói as entranhas
dilacera minha alma
(já não vivo mais)

Calma, perdoe-me por
tomar o que não é meu
é que eu nunca tive um copo

Não tenho sonhado

Não tenho sonhado
e mesmo deixando de lado
tudo aquilo que um dia
preenchera a vida vazia
sigo sozinho e calado

Vestindo um sorriso falso
sustento a cabeça erguida
(que para mim é fácil)
conheço meu novo velho eu
e pouco tenho gostado
deste que não mais extravasa
no onírico mundo particular

Preso em minha confusão
desarrumo meus pensamentos
aniquilo meus valores
tudo vira um tornado
E já tornado quem não sou
enterro tudo que fui
O luto é esquecer o passado
e ignorar meus amores

Ainda não tenho sonhado
mas vivo de todas as dores

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Oceano

Jamais vislumbraria
que afogado neste oceano
a mim mesmo encontraria

E morto para a vida
mas vivo na profundeza
sigo perdido na beleza
deste mar profano

Meu espelho para o céu