terça-feira, 1 de março de 2016

Valha-me, ó Deus!

Entre um trago de café
e uns goles de cigarro
na exuberância da agonia
falta amor, não falta fé

Falta a própria falta que sinto
de mim, de Deus, de nós não sei
do sorriso caído, do anjo sincero
da ingrata verdade que minto

Valha-me, ó Deus, minh'alma
que valha ao menos um conto de réis
na tauciturna turbulenta calma

sento no banco dos réus
de um conto de versos tortos
inocente no inferno, culpado nos céus